Lançado em 1982, Creepshow permanece como uma das antologias de terror mais queridas e cultuadas pelos fãs do gênero. O filme marcou um encontro icônico entre dois mestres do horror: Stephen King e George A. Romero. Juntos, eles criaram um longa-metragem que, 40 anos depois, continua inspirando gerações de cineastas, roteiristas e aficionados por histórias macabras.
Inspirado nas HQs de terror dos anos 1950, Creepshow equilibra sustos, humor ácido e uma estética que homenageia essas publicações. Se você é fã de terror e adora saber detalhes por trás das câmeras, aqui estão seis curiosidades que fazem de Creepshow uma verdadeira joia para os fãs de Stephen King e George Romero.
1. Stephen King: A Primeira Aventura como Roteirista
Já conhecido por suas adaptações literárias para o cinema, como Carrie (1976) e O Iluminado (1980), Creepshow marcou a primeira vez que Stephen King mergulhou no mundo do cinema como roteirista. Até então, suas obras eram adaptadas por outros roteiristas, mas King decidiu que este seria o projeto ideal para mostrar seu talento não apenas como escritor, mas também como criador de roteiros cinematográficos.
O longa foi uma oportunidade única para King homenagear as revistas de terror que marcaram sua adolescência, como Tales from the Crypt e The Vault of Horror. Unindo forças com George Romero, mestre do terror e diretor de clássicos como A Noite dos Mortos-Vivos (1968), King ajudou a criar uma obra que flutua entre o terror puro e o humor grotesco, com roteiros cheios de reviravoltas e ironias.
2. A HQ de Creepshow: O Terror em Quadrinhos
Embora o filme tenha sido lançado primeiro, a adaptação em quadrinhos de Creepshow surgiu logo depois, consolidando a homenagem de King às histórias que o assombraram durante sua juventude. A HQ, lançada em 1982, contou com a arte magistral de Bernie Wrightson, co-criador de O Monstro do Pântano e um dos ilustradores mais reverenciados do terror.
Wrightson trouxe à vida as cinco histórias do filme com ilustrações sombrias e detalhadas, enquanto a capa foi assinada por Jack Kamen, um dos grandes artistas da EC Comics, pioneira nas revistas de terror dos anos 1950. A HQ, assim como o filme, recria o clima arrepiante dessas publicações, transportando o leitor diretamente para o universo sombrio e macabro que King e Romero criaram.
3. Stephen King como Ator Principal: "A Morte Solitária de Jordy Verrill"
Antes de se tornar uma presença ocasional em adaptações de seus próprios livros, Stephen King fez uma de suas primeiras aparições no cinema em Creepshow. Ele estrelou o segmento “A Morte Solitária de Jordy Verrill”, interpretando o protagonista – um fazendeiro simples que encontra um meteorito e acaba sendo contaminado por uma substância alienígena que lentamente o transforma em uma planta.
A atuação exagerada e caricatural de King trouxe um toque de humor ao filme, mesmo diante da crescente tragédia de Jordy Verrill. O próprio King descreveu a experiência como divertida, e sua performance trouxe uma leveza inesperada ao filme, mostrando que o horror pode ser tão cômico quanto perturbador.
4. Joe Hill: A Primeira Participação do Herdeiro do Terror
Não é apenas Stephen King que aparece em Creepshow. Seu filho, Joe Hill, hoje um aclamado escritor de terror e fantasia, também fez sua estreia no cinema com o filme. Na época ainda uma criança, Hill interpretou Billy, o garoto cuja obsessão por revistas de terror é reprimida por seu pai no prólogo do filme.
Billy, ao ser repreendido pelo pai, serve como ponto de partida para as histórias seguintes, à medida que uma edição descartada da Creepshow se desenrola misteriosamente ao vento, revelando os contos macabros. Hoje, Joe Hill é um nome reconhecido no gênero, com obras como O Pacto (Horns) e Nosferatu (2013), seguindo os passos de seu pai e expandindo o legado da família King no terror.
5. A Trilogia Creepshow: Nem Tudo é Ouro
O sucesso de Creepshow gerou duas sequências, embora com qualidade variada. Creepshow 2, lançado em 1987, foi dirigido por Michael Gornick, diretor de fotografia do primeiro filme, com roteiro assinado por George Romero e baseado em contos de Stephen King. O filme apresentou mais três histórias de terror, incluindo a icônica A Balsa ("The Raft").
Já Creepshow 3, lançado em 2006, foi uma produção independente e é amplamente considerado uma decepção pelos fãs. Sem a participação de King ou Romero, o terceiro filme tomou rumos distintos, o que resultou em uma obra que muitos consideram uma sombra distante do legado original. Ainda assim, as duas primeiras partes da trilogia permanecem queridas pelos fãs, e o conceito de antologias de terror seguiu vivo na cultura pop.
6. Creepshow na TV: A Série e o Retorno de Tom Savini
Tom Savini, renomado maquiador de efeitos especiais e colaborador de longa data de George Romero, também participou dos dois primeiros filmes da franquia. Em Creepshow, ele aparece brevemente como um lixeiro no primeiro filme e como um entregador sinistro de revistas no segundo.
Savini retornou ao universo Creepshow em 2019, quando uma série inspirada no filme foi lançada. Com novos episódios e histórias aterrorizantes, a série manteve o formato antológico e trouxe o tom visual e narrativo inspirado pelas revistas de terror que marcaram o filme original. Um dos episódios mais marcantes foi By the Silver Water of Lake Champlain, baseado em uma história de Joe Hill e dirigido por Savini, conectando assim gerações de mestres do horror.
Conclusão: Um Legado Eterno no Cinema de Terror
Creepshow é uma obra que vai além do simples entretenimento. É uma homenagem ao terror clássico, à era dourada das HQs, e à criatividade sem limites de dois ícones do gênero. 40 anos após seu lançamento, o filme ainda é celebrado por sua mistura única de sustos, humor macabro e estilo visual. Seja pelas participações especiais de Stephen King e Joe Hill, pelo envolvimento profundo de George Romero, ou pelos incríveis efeitos práticos de Tom Savini, Creepshow continua sendo uma referência e uma inspiração para os amantes do horror.
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